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Para muitas pessoas, trabalhar é mais um prazer do que um sacrifício. Nossa reportagem ouviu alguns relatos de quem trabalha na FA7 e encontrou boas histórias pelos corredores.

Por Diana Valentina Araújo e Laís Brasil

É através do trabalho que as pessoas conseguem garantir o seu sustento, mas, nem por isso, uma atividade remunerada precisa causar desconforto. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Datafolha, no final do mês de abril, ao contrário do que se pensa, o brasileiro está satisfeito com o seu trabalho e não tem medo de ser demitido. O estudo afirma ainda que três a cada quatro trabalhadores são felizes na atividade que exercem.

Quais seriam os motivos que fazem com que os trabalhadores se sintam tão felizes? Um bom salário? Ambiente de trabalho agradável? Boa relação com os colegas de trabalho? Um chefe bacana? Pode ser a mistura de tudo isso ou o simples fato dos brasileiros gostarem das atividades que desempenham no dia-a-dia. Para contextualizar os dados desta pesquisa, nada melhor que mostrar o que essa felicidade realmente significa em um ambiente tão conhecido pelos estudantes. Na Fa7, não é difícil encontrar pessoas que estão satisfeitas e realizadas profissionalmente.

Humberto em uma parada no meio da correria da sua rotina (Foto: Diana Valentina)

Sonho da casa própria

Quem frequenta o 5º andar do prédio da Fa7 certamente já cruzou com ele. O auxiliar de serviços gerais, Humberto Pereira, trabalha na faculdade há apenas dois meses. Quando criança, ficou preso por um andador e por isso sua perna esquerda teve sequelas. Algum tempo depois, adquiriu uma paralisia infantil na mesma perna. Apesar dos anos de fisioterapia, só começou a andar aos cinco anos de idade. “Minha mãe paga a promessa até hoje”, conta o homem, que começou a trabalhar aos 16 anos para ter o próprio dinheiro. Para Humberto, a memória de sua deficiência física aliada ao emprego mostra força de vontade e superação.

A rotina do auxiliar começa antes das cinco da manhã. Seu turno começa as seis da matina, por isso é preciso ter disciplina para acordar cedo e pegar o transporte na hora exata. Humberto ainda encontra tempo para estar com a família e, quando preciso, ainda dá uma forcinha na arrumação da casa. Apesar da carga diária de trabalho, Humberto se define satisfeito e feliz trabalhando na FA7. “Estou me adaptando bem. O trabalho não é cansativo, é corrido. Às vezes, acontece um stress, o que é comum em todo lugar”. Como todos os brasileiros que moram de aluguel, Humberto tem o sonho de comprar a sua casa própria e poder morar sem preocupação com sua companheira Cleidiane, com quem é casado há 11 anos.

Entre livros

Jacqueline, apaixonada por livros e não se vê em outra profissão (Foto: Diana Valentina)

Quem costuma visitar a biblioteca, certamente já conheceu Jacqueline Jucá, uma moça simpática e que está sempre disposta a ajudar quem precisa utilizar a biblioteca. Jacqueline se formou em biblioteconomia em 1985 e desde 2002 trabalha na Fa7. Ela conta que é feliz, porque trabalha com sua grande paixão por livros, iniciada quando ainda era criança, fã da personagem bibliotecária Bat Girl, do desenho animado Batman. “Eu dizia que quando crescesse seria Bibliotecária… e ser Bat Girl”.

O tempo passou, Jacqueline cresceu e na hora de prestar vestibular, não havia outro curso a fazer que não fosse biblioteconomia. Sua felicidade e realização no trabalho são aparentes quando fala. “Não me vejo fazendo outra coisa na vida”, acrescenta.

Além de ter uma biblioteca em casa, Jacqueline também tem uma gibiteca, segunda paixão que a acompanha desde a infância. Com relação à rotina de trabalho, ela conta que tem muitas tarefas para executar na biblioteca, mas no trajeto de ida e volta no ônibus, meio de transporte que utiliza para de deslocar de casa para o trabalho, sempre está lendo um livro. E a rotina de leitura não termina por aí. Além de passar o dia rodeada por livros, ela ainda encontra um tempinho para ler antes de dormir e brinca ao dizer que, quando não encontra, até a bula de remédio serve de leitura.

Nos sábados após o trabalho, Jacqueline também encontra tempo para as leituras. “Sempre que saio daqui e vou à livraria do shopping e encontro algum aluno ou professor, me perguntam se não canso de viver enfiada nos livros. Digo sempre que não”. Jacqueline dá pistas do que pode ser a fórmula da felicidade no trabalho: fazer aquilo que realmente gosta e com prazer.

Saiba mais sobre a pesquisa Datafolha aqui:

http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=1192